Publication year: 2017
O objetivo do estudo foi avaliar o conhecimento e a prática dos enfermeiros de unidades de terapia intensiva sobre os cuidados de enfermagem a pacientes com injúria renal aguda. Foi realizada uma pesquisa transversal, de cunho avaliativo, com 136 enfermeiros de sete hospitais públicos de grande porte do estado do Ceará, que atendem ao público adulto e que têm a hemodiálise como modalidade terapêutica. O instrumento de coleta de dados foi construído a partir da revisão integrativa e grupo focal; e validada com dez enfermeiros nefrologistas. Para avaliar o conhecimento, foram analisadas as 25 questões sobre aspectos de definição e causas, métodos de avaliação renal e cuidados de enfermagem.
A prática foi avaliada por meio de um check list com 15 itens sobre os cuidados de enfermagem de duas formas:
resolução do questionário pelos enfermeiros e observação não participante. Os dados foram organizados em tabelas e gráficos segundo a estatística descritiva e inferencial utilizando-se os testes de Qui Quadrado, Kruskal-Wallis, Cochran e Friedman. Os resultados evidenciaram que a idade dos enfermeiros variou de 23 a 68 anos; 70 (51,47%) são egressos de universidade privada; com tempo de formação entre 1 e 35 anos; 83 (61,03%) são especialistas e destes, somente 50 (36,76%) são enfermeiros intensivistas; 72 (52,94%) são cooperados. A média dos escores do conhecimento foi de 4,2. Observou-se um maior escore de conhecimento nos enfermeiros do turno diurno, mestres, que cursaram disciplina de nefrologia ao longo da trajetória acadêmica e que fizeram algum curso de capacitação ou atualização na área da nefrologia. As melhores práticas foram observadas no que concerne ao curativo; indicação do uso do cateter; anotação do balanço hídrico; e atuação nas intercorrências dialíticas. Houve divergência estatisticamente significante entre as duas formas de avaliação da prática (p<0,001). Ao fazer um cruzamento das principais variáveis biográficas e profissionais com o conhecimento e a prática, observou-se que há relações estatísticas entre possuir especialização em terapia intensiva com a prática (p=0,031); e ter cursado alguma disciplina em nefrologia com o conhecimento (p=0,047). Verificou-se que não há uma relação linear entre conhecimento e prática (p=0,231). Conclui-se que a identificação do déficit de conhecimento e dos aspectos da prática inadequada contribuem para a construção de políticas institucionais que priorizem estratégias de educação permanente na prática clínica de unidades de terapia intensiva. É fundamental cursos e treinamentos nos hospitais direcionados aos enfermeiros de unidades de terapia intensiva, visto que são estes profissionais que executam o cuidado direto aos clientes em terapia renal substitutiva. (AU)