Publication year: 2017
O ambiente de trabalho tem total influência sobre a qualidade de vida das pessoas, seja no aspecto físico ou nas relações humanas. O objetivo geral deste estudo é comparar a qualidade de vida e o coping ocupacional dos enfermeiros de um hospital geral, com vínculo e sem vínculo empregatício. O estudo realizou-se em um hospital de referência da rede pública do Estado do Ceará, constituído por 640 enfermeiros, no qual a amostra foi composta por 190 deles. Utilizaram-se um instrumento de identificação, o WHOQOL-bref, e a Escala de Coping Ocupacional.
Para a realização das análises de correlações foi utilizado teste X2 e para a comparação de médias:
t de Student, ANOVA e Tukey. Os resultados encontrados foram:
o perfil de enfermeiros foi de profissionais com média de idade de 36,04 anos (± 10,35), atuando na enfermagem havia 9,05 anos (± 9,54) e com 8,41 anos (± 9,62) de atuação na assistência hospitalar; renda familiar de R$ 8410,11; a maioria (60,5%) possuía especialização; 76,3% eram cooperados e 23,7% eram concursados, 30% trabalhavam de manhã e à tarde e 27,9% trabalhavam à noite, 51,6% atuavam em unidades críticas e 48,4%, em unidades não críticas. A carga horária de trabalho semanal encontrada foi de 47,16 horas (± 16,16). As médias dos domínios encontradas foram:
relações sociais com 67,46, psicológico com 66,69, físico com 65,88 e meio ambiente com 57,12. As médias de coping encontradas foram 72,76 (±12,5) para o fator controle, 60,44 (±13,25) para o fator esquiva e 38,73 (± 17,60) para o fator manejo dos sintomas. O grupo de cooperados era mais jovem. Para os concursados, a maioria (27,3%) possuía renda de R$ 45001,00 a R$ 6000,00. Para os cooperados, a renda predominante (39,3%) foi de R$ 3001,00 a R$ 4500,00. Em relação à carga horária semanal, existe diferença estatisticamente significante entre os grupos (p<0,05). A maioria dos concursados (42,2%) trabalhava 20-39 horas e a dos cooperados (46,9%), 40-59 horas. A qualidade de vida de concursados (67,18 ±11,00) apresenta melhor média em relação aos cooperados (62,1767 ±11,47), com ênfase para o domínio físico e meio ambiente. Existe diferença estatisticamente significante apenas para o fator esquiva, sendo essa estratégia mais adotada pelos concursados (65,92 ±13,59). Conclui-se que é necessário um olhar para a saúde do enfermeiro atuante na saúde hospitalar do Ceará, com atuações que contribuam para o aspecto emocional desse profissional e também nas melhorias das condições e vínculos de trabalho. A limitação do estudo está em ter sido realizado em apenas um hospital público, sugerindo futuras novas pesquisas.(AU)