Construção e validação de um guia abreviado do protocolo de acolhimento com classificação de risco em pediatria
Publication year: 2017
O acolhimento com classificação de risco (ACCR) a pacientes pediátricos nos serviços de emergência é uma estratégia adotada pelo Ministério da Saúde para organizar o atendimento conforme o grau de complexidade. A função do enfermeiro neste setor é acolher o paciente, identificar urgências e emergências com base na avaliação de critérios estabelecidos por protocolos e dar prioridade aos casos mais graves. Sendo assim, o estudo teve como objetivo construir e validar um guia abreviado do protocolo de ACCR em pediatria do município de Fortaleza-CE. Trata-se de uma pesquisa metodológica desenvolvida em duas etapas: elaboração do instrumento e validação de conteúdo. A elaboração da primeira versão do guia abreviado desenvolveu-se com base no conteúdo do protocolo ACCR de pediatria de Fortaleza, além de outros instrumentos, tais como: Paediatric Triage Tool, Canadian Paediatric Triage and Acuity Scale (PaedCTAS) e Manchester Triage System (MTS), entre outros. Apresenta-se em material com trinta células de um quadro, subdivididas em cinco colunas e sete linhas. A primeira linha identifica os tópicos das colunas através de cinco indicadores de risco denominados vias aéreas/respiração, circulação/hemodinâmica, nível de consciência, dor, eliminação/hidratação. Cada indicador de risco foi subdividido em duas colunas referentes a queixas principais e sinais e sintomas. A primeira versão do guia abreviado foi submetido à avaliação por nove juízes, sendo quatro docentes/pesquisadores experts em psicometria, denominados juízes de conteúdo selecionados por meio da pesquisa por “Assunto” na Plataforma Lattes e, cinco enfermeiros residentes em Fortaleza, com experiência clínica em classificação de risco – juízes técnicos, selecionados por meio da amostragem por bola de neve. Todos os juízes atingiram pontuação acima do mínimo exigido no sistema de classificação de experts adotado. Na validação de aparência, os juízes consideraram os 25 (100%) itens, claros e compreensíveis com um percentual de concordância de 77,8%. Dos 25 itens (queixas principais e sinais e sintomas), 23 (92%), foram considerados pertinentes à classificação de risco relacionada nas cores vermelha, laranja, amarelo, verde e azul. Todos os juízes (N=9; 100%) caracterizaram os indicadores de risco como adequados ao conteúdo dos itens (queixa principal e sinais e sintomas). Para a validação de conteúdo quanto à relevância dos itens no guia abreviado, 17 (68%) foram considerados relevantes e, 8 (32%) não relevantes pelos juízes. No entanto, julgou-se oportuno realizar avaliação do grau de relevância dos itens e do instrumento como um todo, por meio da aplicação do cálculo do Índice de Validade de Conteúdo (IVC) e obteve-se IVC geral do instrumento igual a 0,98 e o IVC dos itens variando de 1 a 0,888889. Não havendo, portanto, necessidade de retirar os 8 itens com concordância inferior a 80%. Por sugestão dos juízes, foram feitas alterações no layout, estrutura e conteúdo dos itens, chegando-se, assim, à versão final do guia abreviado. Concluiu-se, que se obteve um instrumento válido, capaz de medir corretamente o grau de complexidade clínica da criança e, confiável para utilização nos serviços de emergência garantindo, aos enfermeiros, reduzir o tempo de avaliação da criança e reduzir as chances de erro. (AU)