Ansiedade de mães de recém-nascidos com e sem malformações congênitas em unidade neonatal
Publication year: 2017
A ansiedade é considerada um estado emocional e apresenta componentes fisiológicos e psicológicos, que envolvem sensações de medo, insegurança e antecipação apreensiva, tensão e dor muscular, falta de ar, tremor e inquietação e vários outros desconfortos. Durante o puerpério, a ansiedade apresenta-se como um estado emocional comum, sendo mais prevalente em mães com crianças internadas nas unidades de terapia intensiva neonatal e em mães de recém-nascidos (RN) com malformação congênita (MC). Objetivou-se avaliar os níveis de ansiedade de mães de recém-nascidos com e sem malformações internados em Unidade de Internação Neonatal (UIN). Estudo comparativo, descritivo e quantitativo, realizado em duas instituições públicas de Fortaleza-CE, Brasil, de novembro de 2015 a março de 2016. A amostra constou de 118 mães e 123 RN, dividida em dois grupos: Grupo 1 (G1) inclui 28 mães de crianças nascidas com malformação congênita internadas na UIN, o Grupo 2 (G2) composto por 95 mães de crianças sem o diagnóstico de MC e internadas na UIN. Um questionário sociodemográfico foi aplicado, a fim de descrever o perfil das participantes do estudo, bem como dos bebês, e o Inventário de Ansiedade Traço-Estado (IDATE) foi utilizado para avaliar o nível de ansiedade das mães, sendo ambos aplicados pela pesquisadora. Os dados foram organizados em planilhas no programa Excel, versão 2010, e analisados posteriormente pelo programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), versão 20.0. Aprovado pelos comitês de ética das instituições participantes. A maioria das mães tinha entre 19 e 29 anos (59,3%), procedentes da cidade de Fortaleza -CE (65,2%), de 6 a 10 anos de estudo (56,8%), pardas/negras (88,1%) e com renda mensal de um a dois salários mínimos (61,8%). As mães do G1 apresentaram ansiedade moderada prevalente para IDATE-traço (92,8%) e a ansiedade elevada predominou no IDATE-estado (46,5%). O G2 apresentou escores compreendidos entre os percentis 25 e 75 (ansiedade moderada) para ansiedade-traço (78,9%) e maior parte das mães referiu ansiedade baixa (45,2%) para IDATE-estado. Referente à comparação de médias das variáveis sociodemográficas, psicossociais e perinatais com os escores da IDATE, todas se apresentaram estatisticamente significantes (p≤0,05) em relação ao escore ansiedade-estado. Para a correlação de Pearson entre os escores da escala e as variáveis maternas e neonatais, o G1 apresentou relação estatisticamente significante entre as variáveis número de partos (p=0,003) e gestações (p=0,003) com a ansiedade-estado e entre idade cronológica (p=0,008) e dias de internação (p=0,008) com a ansiedade-traço. Para o G2, entre as variáveis número de partos (p=0,05),apgar no primeiro minuto (p=0,009) e apgar no quinto minuto (p=0,01) e o escore da ansiedade-estado. Os grupos apresentaram diferenças entre os escores, segundo os percentis da IDATE, sendo a ansiedade elevada predominante para o G1. Evidenciou-se a diferença entre os grupos do escore de ansiedade-estado com as variáveis maternas e neonatais. (AU)