Interface entre os saberes populares e científicos sobre plantas medicinais: perspectiva da autonomia do cuidado em saúde

Publication year: 2017

O estudo enfoca o saber e o uso de plantas medicinais em um grupo de usuários de uma unidade de saúde, considerando a autonomia do cuidado na perspectiva da enfermagem assistencial.

Objetivo:

conhecer os saberes dos clientes quanto ao uso de plantas medicinais para lançar mão de uma tecnologia educacional, para autonomia do cuidado em saúde no uso de práticas populares.

Método:

realizada pesquisa qualitativa de caráter descritivo e exploratório, em unidade pré-hospitalar do Município de Campos dos Goytacazes/RJ. O instrumento utilizado foi um formulário semiestruturado, aplicado a dez usuários da referida unidade e em paralelo foram realizadas três dinâmicas de grupo com a participação de oito pessoas.

Resultados:

foram construídas as seguintes categorias: Patrimônio cultural; A importância dada à terapia com plantas medicinais; e o Acesso às terapias com plantas medicinais nos serviços de saúde. A maioria dos entrevistados tem descendência étnica negra, indígena e branca o que reforça a herança genética cultural. Todos os entrevistados conhecem algum tipo de planta medicinal e já fazem uso; a maioria aprendeu sobre as plantas medicinais com familiares, principalmente com a mãe e a avó. As indicações mais frequentes são para alívio de transtornos digestivos, do sistema nervoso e do climatério. As mais citadas foram Erva-cidreira, Tanchagem, Arnica, Amoreira, Saião e Babosa. A maioria dos participantes valoriza esse conhecimento e essa forma de tratamento, considerando importante a inserção dela como uma opção de cuidado nos serviços de saúde pública, já que se trata de uma herança cultural; todos informaram nunca terem tido acesso a esse cuidado de saúde nas unidades públicas municipais.

Conclusão:

o uso de plantas medicinais é consequente de um conhecimento natural, passado através de gerações no núcleo familiar. O fato dessas práticas complementares já estarem inseridas no cotidiano faz desse conhecimento algo importante para o enfermeiro e demais profissionais de saúde, pois assim podem prestar uma assistência mais adequada às características e necessidades da clientela, gerando o enlace entre o conhecimento popular e o científico.

Produto:

formação de um grupo de estudos e práticas complementares com plantas medicinais voltados para autonomia do cuidado em saúde
The study focuses on the knowledge and use of medicinal plants in a group of users of a health unit, considering the autonomy of care from the perspective of nursing care.

Objective:

to know the clients' knowledge about the use of medicinal plants to use an educational technology, for autonomy of health care in the use of popular practices.

Method:

qualitative research of descriptive and exploratory character, in a pre-hospital unit of the Municipality of Campos dos Goytacazes/RJ. The instrument used was a semistructured form, applied to ten users of this unit and in parallel three group dynamics were performed with the participation of eight people.

Results:

the following categories were built: Cultural heritage; The importance given to therapy with medicinal plants; And Access to medicinal plant therapies in health services. Most of the interviewees have black, indigenous and white ethnic backgrounds, which reinforces the cultural genetic heritage. All the interviewees know some kind of medicinal plant and they already use; Most of them learned about medicinal plants with relatives, especially with their mother and grandmother. The most frequent indications are for relief of digestive disorders, the nervous system and the climacteric. The most cited were Erva-cidreira, Tanchagem, Arnica, Amoreira, Saião and Babosa. Most of the participants value this knowledge and this form of treatment, considering it important to insert it as an option of care in the public health services, since it is a cultural heritage; all reported having never had access to such health care in municipal public facilities.

Conclusion:

the use of medicinal plants is the result of a natural knowledge, passed through generations in the family nucleus. The fact that these complementary practices are already part of daily life makes this knowledge important for nurses and other health professionals, since they can provide a more adequate assistance to the characteristics and needs of the clientele, generating the link between popular and scientific knowledge.

Product:

formation of a group of studies and complementary practices with medicinal plants focused on health care autonomy