Ajustamento familiar ao nascimento prematuro durante a internação na unidade de terapia intensiva neonatal

Publication year: 2018

Introdução:

o nascimento de um filho prematuro e conseqüente internação do filho na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal desencadeia na família um processo adaptativo que gera uma mudança no sistema familiar.

Objetivo:

Analisar o ajustamento familiar ao nascimento prematuro durante a internação na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal e sua possível associação com a vulnerabilidade familiar, a apreciação familiar acerca do recémnascido prematuro, a capacidade de resolução de problemas e coping e o apoio social.

Métodos:

trata-se de um estudo transversal e analítico que foi realizado em duas Unidades de Terapia Intensiva Neonatal no município de Belo Horizonte, Minas Gerais. A amostra constitui-se de 70 mães e seus recém-nascidos com idade gestacional menor que 32 semanas, sem malformação congênita e que seus filhos encontraram-se internados nas Unidades de Terapia Intensiva Neonatais do cenário de estudo. A elaboração do instrumento de coleta de dados foi baseada no modelo de resiliência, estresse, ajustamento e adaptação familiar de McCubbin e McCubbin (1993). Utilizou-se um questionário estruturado para caracterização da amostra, além das escalas de estresse familiar, tensão familiar, escala de depressão pósparto de Edimburgo, escala de estresse parental: UTIN, índice de comunicação e resolução de problemas familiares, escala de apoio social e escala de funcionamento familiar. A coleta de dados ocorreu entre março e agosto de 2017, e os dados foram coletados entre o 3º e 15º dia de internação do prematuro na UTIN. Para a análise dos dados, foi utilizada regressão linear univariada e múltipla. Foi utilizado o método Backward para seleção final das variáveis. Foram estimados o coeficiente beta do modelo final e seus intervalos de confiança de 95%. Em toda análise, considerou-se o nível de significância de 5%. Utilizou o programa Statistical Software (STATA) versão 12.0 para análise dos dados. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais sob o parecer de n° 1.870.456.

Resultados:

por meio da análise univariada, foram selecionadas como possíveis preditoras do ajustamento familiar as variáveis: residência em BH, estado marital, escolaridade, idade, tipo de gravidez, via de nascimento, número de consultas de pré-natal, peso ao nascer, dias de internação, depressão pós-parto, resolução de problemas e comunicação familiar e apoio social. Após o ajuste, permaneceram associados com o ajustamento familiar: dias de internação (p=0,014), resolução de problemas e coping familiar (p=0,001) e apoio social (p=0,009).

Conclusão:

identificou-se que as mães tiveram uma alta percepção da resolução de problemas e coping e apoio social, os quais, acrescidos do aumento de dias de internação, potencializaram o seus ajustamento à situação de ter um filho prematuro internado na UTIN. Assim, pode-se inferir que, mesmo na presença de um evento com potencial desestruturante para a família, como é o nascimento prematuro, as participantes do estudo demonstraram capacidade de superação e ajustamento.

Introduction:

the birth of a premature child and consequent hospitalization of the child in the Neonatal Intensive Care Unit triggers in the family an adaptive process that generates a change in the family system.

Objective:

To analyze the family adjustment to premature birth during hospitalization in the Neonatal Intensive Care Unit and its possible association with family vulnerability, family appreciation of the premature newborn, coping and coping skills and social support.

Methods:

it is a cross-sectional and analytical study that was performed in two Neonatal Intensive Care Units in the city of Belo Horizonte, Minas Gerais. The sample consisted of 70 mothers and their newborns with gestational age less than 32 weeks, without congenital malformation and that their children were hospitalized in the Neonatal Intensive Care Units of the study scenario. The elaboration of the data collection instrument was based on McCubbin and McCubbin's model of resilience, stress, adjustment and family adaptation (1993). A structured questionnaire was used to characterize the sample, in addition to the family stress scales, family stress, Edinburgh postpartum depression scale, parental stress scale: NICU, communication index and resolution of family problems, social support scale and scale of family functioning. Data were collected between March and August 2017, and data were collected between the 3rd and 15th day of hospitalization of the premature infant at the NICU. For the analysis of the data, univariate and multiple linear regression was used. The Backward method was used to select variables. The beta coefficient of the final model and its 95% confidence intervals were estimated. In all analysis, the significance level of 5% was considered. He used the program Statistical Software (STATA) version 12.0 for data analysis. The study was approved by the Research Ethics Committee of the Federal University of Minas Gerais under the opinion of No. 1.870.456.

Results:

by means of the univariate analysis, the following variables were selected as possible predictors of family adjustment: residence in BH, marital status, schooling, age, type of pregnancy, birth route, number of prenatal consultations, birth weight, postpartum depression, problem solving and family communication and social support. After adjustment, they remained associated with family adjustment: days of hospitalization (p = 0.014), problem solving and family coping (p = 0.001) and social support (p = 0.009).

Conclusion:

it was identified that the mothers had a high perception of problem solving and coping and social support, which, added to the increase in days of hospitalization, potentiated their adjustment to the situation of having a premature child hospitalized in the NICU. Thus, it can be inferred that, even in the presence of an event with a destructive potential for the family, such as preterm birth, the study participants demonstrated the ability to overcome and adjust.(AU)