Agindo e interagindo com a presença do HIV: o sentido de vulnerabilidade para mulheres no contexto do HIV/Aids
Publication year: 2016
cA presente pesquisa buscou investigar os significados atribuídos por mulheres à vulnerabilidade ao HIV/Aids, utilizando-se para tal dois grupos amostrais: mulheres profissionais de saúde que cuidam de mulheres com HIV, e mulheres com sorologia positiva para o HIV.
Para isto se traçou como objetivos:
identificar os significados do HIV/Aids para as mulheres; identificar os significados de vulnerabilidade ao HIV para as mulheres a partir dos significados do HIV, e analisar os significados de vulnerabilidade ao HIV à luz do interacionismo simbólico. Esta pesquisa justifica-se pelo aumento dos casos de Aids em mulheres através de relações heterossexuais desprotegidas. A técnica de coleta de dados utilizada foi entrevista semiestruturada. A metodologia empregada foi a abordagem qualitativa subsidiada pela Grounded Theory, sendo o referencial de análise dos dados o interacionismo simbólico. Foi identificado que as mulheres profissionais de saúde entendem como vulnerabilidade ao HIV ser profissional da área da saúde e trabalhar na área de doenças infectocontagiosas; não ter parceiro fixo, ter múltiplos parceiros e não confiar no companheiro; e ainda, não utilizar preservativo, porém, ela observa a vulnerabilidade na outra mulher. As mulheres portadoras do HIV também significavam vulnerabilidade, antes da soropositividade, como multiplicidade de parceiros e não ter relação estável, porém, hoje, entendem como vulnerável a pessoa que não utiliza o preservativo. Observa-se que os dois grupos de mulheres possuem um conceito equivocado de vulnerabilidade, pois entendem vulnerabilidade como percepção de risco, e ainda que, na perspectiva interacionista, o vírus HIV se configura como um importante objeto social presente na situação de interação, logo, influência na construção de sentidos e ações de mulheres.
This research aimed to investigate the meanings attributed to women's
vulnerability to HIV/AIDS, using for this two sample groups: female health
professionals who care for women with HIV, and women who were seropositive for
HIV.
For this it was charted as objectives:
identify the meanings of HIV/AIDS for women; identify the meanings of vulnerability to HIV for women from the meanings of HIV, and analyze the meanings of vulnerability to HIV in the light of symbolic interaction. This research is justified by the increase in cases of AIDS in women through unprotected heterosexual intercourse. The data collection technique used was semi-structured interview. The methodology was qualitative approach subsidized by the Grounded Theory, and the data analysis framework was symbolic interactionism. It was identified that the professional women in healthcare understand as vulnerability to HIV being professional in healthcare and work in the area of infectious diseases; not have a steady partner, have multiple partners and do not trust the fellow; and yet, do not use condoms, but she notes the vulnerability in another woman. Women with HIV also meant vulnerability, before seropositivity, as multiple partners and do not have stable relationship, however, today, understand as vulnerable the person who does not use condom. It is observed that the two groups of women have a misconception of vulnerability, because they understand vulnerability as risk perception, and although in interactionist perspective, the HIV virus is configured as an important corporate object present in the interaction situation, this way, influence on the construction of meanings and in the action of women.
La presente investigación buscó indagar los significados atribuidos por
mujeres a la vulnerabilidad al SIDA, utilizando para tal dos grupos muestrales:
mujeres profesionales de salud que cuidan de mujeres con VIH, y mujeres con
serología positiva para el VIH.