Protagonismo de enfermeiras obstétricas nas transformações das situações reais de trabalho após um curso de aprimoramento

Publication year: 2018

A presente dissertação teve como objeto de pesquisa o protagonismo de enfermeiras obstétricas nas situações reais de trabalho após um Curso de Aprimoramento.

Objetivo:

Apreender as transformações das situações reais de trabalho, vivenciadas por enfermeiros obstétricos após um Curso de Aprimoramento.

Método:

Trata-se de uma pesquisa com abordagem qualitativa, do tipo estudos de casos múltiplos, com abordagem qualitativa, a partir dos pressupostos teóricos e metodológicos da avaliação de quarta geração. Realizou-se entrevistas para a coleta de dados. Os sujeitos do estudo foram oito enfermeiras(os) obstétricas(os) que participaram de um Curso de Aprimoramento ofertado pela Universidade Federal de Minas Gerais e financiado pelo Ministério da Saúde. A pesquisa compreendeu o período de abril de 2017 a fevereiro de 2018. A análise de casos baseou-se em proposições teóricas desenvolvidas por meio do referencial teórico “Clínica da Atividade” descrito por Yves Clot (2011) e na proposta metodológica de “Modelos Lógicos” de Robert K. Yin (2015), além de componentes adaptados da matriz de Ziel-Orientierte Projekt Planung “ZOOP”.

Resultados:

A análise revelou que as enfermeiras(os) obstétricas(os) enfrentaram desafios, como: i) dificuldade de comunicação entre as equipes multiprofissionais e gestão institucional; ii) necessidade de reforço da identidade das(os) enfermeiras(os) obstétricas(os); iii) atuação limitada na atenção ao parto e ao nascimento; iv) a falta de acesso das mulheres e suas famílias aos serviços com atuação autônoma das(os) enfermeiras(os) obstétricas(os). Além disso, o Curso de Aprimoramento favoreceu as enfermeiras obstétricas à aquisição e desenvolvimento de protagonismo para a ação e intervenção em seus serviços de atuação. Um movimento no coletivo, proporcionou maior centralidade do cuidado à mulher e família, melhor comunicação entre os profissionais, maior número de partos assistidos pela Enfermagem Obstétrica, estímulo à equipe em relação à atuação da Enfermagem Obstétrica, maior segurança e autonomia das enfermeiras(os) obstétricas(os) em relação ao cuidado no parto e nascimento, melhor estabelecimento de vínculo com as mulheres em situação de vulnerabilidade e apropriação das tecnologias não invasivas de cuidado.

Considerações Finais:

a teoria da “Clínica da Atividade” e seus conceitos se mostraram condizentes para a análise do poder de agir permitindo a co-construção do protagonismo de enfermeiras obstétricas nas situações reais de trabalho.(AU)
The present dissertation had as object of research the protagonism of obstetrical nurses in the real working situations after an Enhancement Course.

Objective:

To understand the transformations of real work situations, experienced by obstetrical nurses after an Enhancement Course.

Method:

This is a research with a qualitative approach, like multiple case studies, with a qualitative approach, based on the theoretical and methodological assumptions of the fourth generation evaluation. Interviews were conducted to collect data. The subjects of the study were eight obstetric nurses who participated in an Improvement Course offered by the Federal University of Minas Gerais and funded by the Ministry of Health. The research comprised the period from April 2017 to February 2018. A Case analysis was based on theoretical propositions developed through the theoretical reference "Clinic of the Activity" described by Yves Clot (2011) and in the methodological proposal of "Logical Models" of Robert K. Yin (2015), besides adapted components of the matrix of Ziel-Orientierte Projekt Planung "ZOOP".

Results:

The analysis revealed that obstetric nurses faced challenges, such as: i) difficulty in communication between multiprofessional teams and institutional management; (ii) the need to strengthen the identity of obstetric nurses; iii) limited performance in delivery and birth care; iv) the lack of access of women and their families to the autonomous services of the obstetric nurses. In addition, the Enhancement Course favored obstetrical nurses to acquire and develop protagonism for action and intervention in their services. A movement in the collective, provided a greater centrality of the care to the woman and family, better communication among the professionals, greater number of deliveries assisted by Obstetric Nursing, encouragement to the team in relation to Obstetrical Nursing, greater security and autonomy of the nurses, obstetric care in relation to care in childbirth and birth, better bonding with vulnerable women, and appropriation of noninvasive care technologies.

Final Thoughts:

The "Activity Clinic" theory and its concepts proved to be adequate for the analysis of the power to act, allowing the co-construction of the role of obstetrical nurses in real work situations.(AU)