Práticas educativas de enfermeiros voltadas à saúde da mulher na Estratégia de Saúde da Família

Publication year: 2018

Esta pesquisa teve como objeto de estudo as Práticas Educativas desenvolvidas por enfermeiros voltadas à promoção da saúde da mulher na Estratégia de saúde da família (ESF). Entende-se que a Educação em Saúde é o eixo orientador da prática do cuidado em enfermagem e historicamente é atribuído ao enfermeiro, principalmente no contexto da saúde pública. A Educação em Saúde possui inúmeras abordagens, que podem ser trasnformadoras, emancipatórias e com métodos participativos ou podem ser tradicionais, autoritárias e biologicistas com foco na doença e nas ações para evitar que esta se instale. Nesse sentido, as práticas educativas voltadas para a saúde da mulher tem sido utilizadas como estratégia para enfrentamento dos problemas de saúde. No entanto se baseiam, priortariamente, em transferência de informação para mudanças de comportamento e para adquirir hábitos aceitáveis de saúde, o que tem se mostrado uma abordagem insuficiente e pouco efetiva. A presente dissertação foi desenvolvida numa perspectiva descritiva com abordagem qualitativa, com obejtivo de analisar as práticas educativas voltadas à promoção da saúde da mulher, desenvolvidas por enfermeiros em unidades de ESF da Área Programática (AP) 5.3, Rio de Janeiro/RJ. Os dados foram coletados através de entrevista semi-estruturada com 07 enfermeiros da ESF do município do Rio de Janeiro, RJ.

A análise de dados se deu através da Análise de Conteúdo de Bardin e sendo construídas 03 categorias:

Práticas educativas do enfermeiro voltadas à saúde da mulher; Planejamento e desenvolvimento das práticas de Educação em Saúde; Atribuições do enfermeiro na ESF. A partir deste estudo, observou-se que as práticas educativas desenvolvidas por enfermeiros refletem o modelo hegemônico de saúde, centrado na doença, biomédico de relação verticalizada entre profissional e usuário. Assim, é preciso superar tal modelo, de maneira que a ESF seja uma espaço para reorientar as práticas de saúde como foi inicialmente proposta, promovendo autonimia, protagonismo, participação social e emancipação dos usuários. Quanto à saúde da mulher, mais do que superar tal modelo, é preciso que a Educação em Saúde seja uma estratégia para viabilizar a luta por direitos e transformação sociais, com acesso à saúde de qualidade, de maneira integral e equânime.
This research had as object of study the Educational Practices developed by nurses focused on the promotion of women's health in the Family Health Strategy (FHS). It is understood that Health Education is the guiding principle of the practice of nursing care and historically it is attributed to the nurse, specially in the public health context. Health Education has many approaches, which can be transformative, emancipatory and with participatory methods. They can also be traditional, authoritarian and biologicalist focused on disease and actions to prevent it. In this sense, educational practices focused on women's health have been used as a strategy for coping with health problems. However, they are based, primarily, on information transference for behavioral changes and to acquire acceptable health habits, which has shown to be an ineffective and inefficient approach. The present dissertation was developed in a descriptive perspective with a qualitative approach, with the objective of analyzing educational practices aimed at the promotion of women 's health, developed by nurses in FHS unities of Programmatic Area (PA) 5:3, Rio de Janeiro/RJ. The data were collected through a semi-structured interview with 07 nurses from the ESF of the city of Rio de Janeiro, RJ. Data analysis was performed by Bardin’s perspective of Content Analysis and 03 categories were constructed: Nurses' educational practices focused on women's health; Planning and development of Health Education practices; Nurse assignments in the FHS. Starting from this study, it was observed that the educational practices developed by nurses reflect the hegemonic model of health, centered on the disease, biomedical with vertical relationship between professional and user. Thus, it is necessary to overcome this model, so that the FHT becomes a space to reorient health practices as it was initially proposed, promoting autonomy, protagonism, social participation and emancipation of users. As for women's health, rather than overcoming such a model, it is necessary that Health Education becomes a strategy to make it feasible to struggle for social rights and transformation, with access to quality health, in an integral and equitable way.