Vivência e coping de adolescente com doença oncológica fora de possibilidade de cura atual: um estudo à luz de Peplau
Publication year: 2018
Câncer é o nome dado a um conjunto de mais de 100 doenças que apresenta um crescimento desordenado de células, que invadem tecidos e órgãos. Constitui um problema de saúde pública para o mundo desenvolvido e em desenvolvimento. Para o ano de 2016, havia a previsão da ocorrência de 420.310 casos de câncer, excluídos os tumores de pele não melanoma, entre os quais, 12.600 corresponderiam aos tumores pediátricos. Este estudo teve por objeto as percepções e as estratégias de enfrentamento (coping) do adolescente com doença oncológica fora de possibilidade de cura atual no processo de adoecimento e por objetivos: compreender as percepções do adolescente com doença oncológica fora de possibilidade de cura atual relacionados ao processo de adoecimento; descrever as estratégias de enfrentamento (coping) adotadas por esses adolescentes com doença oncológica fora de possibilidade de cura atual no processo de adoecimento e apontar as ações de enfermagem frente a vivencia e as estratégias de coping do adolescente com doença oncológica fora de possibilidade de cura atual, à luz da Teoria de Peplau. Trata-se de um estudo exploratório com abordagem qualitativa. Os cenários da pesquisa foram a enfermaria e o ambulatório de pediatria de um hospital público federal de referência nacional, localizado no município do Rio de Janeiro. Participaram do estudo 09 adolescentes com idade de 12 a 20 anos e com doença oncológica fora de cura atual, que estavam em consulta ambulatorial ou internados no momento da entrevista. Com base na análise de Conteúdo de Bardin, emergiram seis categorias: Vivendo o momento difícil da trajetória da doença; Sentindo o isolamento social e a vida parar; Sentindo o apoio de pessoas significantes; Buscando o conforto em Deus; Enfrentando a doença oncológica a partir de estratégias lúdicas e de lazer e Superando a fase difícil da doença. Para os adolescentes, viver o câncer foi um processo difícil, pois se depararam repentinamente com uma doença que lhes emputou uma série de rotinas de tratamento, imposições e restrições. Diante do adoecimento, viram suas vidas pararem, por terem que se afastar de seus grupos e rotinas sociais. Perante as mudanças abruptas, sofridas e estressantes, utilizaram-se de estratégias de enfrentamento (coping) centradas na emoção. Cabe ao enfermeiro valorizar o cuidado, promovendo meios a fim de favorecer a reflexão dos sujeitos envolvidos acerca do que é possível fazer na tentativa de minimizar o sofrimento vivido, preservando sua individualidade e possibilitando práticas que possam levar ao conforto e à qualidade vida.
Cancer is the name given to a set of more than 100 diseases that presents an uncontrolled growth of cells, which invade tissues and organs. It constitutes a public health problem for both the developed and the developing world. For the year 2016, there were 420,310 cases of cancer expected to occur, excluding non-melanoma skin tumors, of which 12,600 would correspond to pediatric tumors. The object of this study was the perceptions and coping strategies of the adolescent with oncologic disease out of the current possibility of healing in the process of illness, and its objectives were: to understand the perceptions of the adolescent with oncologic disease out of the current possibility of healing related to process of illness; to describe the coping strategies adopted by these adolescents with oncologic disease out of the current possibility of healing in the process of illness and to highlight the nursing actions in the face of the experience and the coping strategies of the adolescent with oncologic disease out of the current possibility of healing, in the light of the Peplau’s Theory. This is an exploratory study with a qualitative approach. The research scenarios were the nursing ward and the pediatric outpatient clinic of a national public reference hospital, which is located in the city of Rio de Janeiro. This study was attended by 09 adolescents aged from 12 to 20 years and with oncologic disease out of the current healing, who were in outpatient follow-up or hospitalized at the time of the interview. Based on Bardin’s Content analysis, we produced six categories: Living the difficult moment of the disease trajectory; Feeling social isolation and life breakdown; Feeling the support of significant people; Seeking comfort in God; Facing the oncologic disease from playful and leisure strategies and Overcoming the difficult phase of the disease. For adolescents, experiencing cancer was a difficult process, since they suddenly encountered a disease that entailed a series of routines of treatment, impositions and restrictions. Faced with illness, they saw their lives stop, because they had to move away from their social groups and routines. In the face of the sudden, painful and stressful changes, they used coping strategies focused on emotion. It is up to nurses to appreciate the care by promoting means with the purpose of fostering the reflection of the subjects involved about what it is possible to do in an attempt to mitigate the suffering experienced, thereby preserving their individuality and allowing practices that may lead to comfort and quality of life.