Publication year: 2018
O processo de aleitamento materno ocorre sobretudo através das atividades
de assistência de promoção, proteção e apoio que envolvem especialmente os profissionais de
saúde, o recém-nascido pré-termo (RNPT) e sua família.
Objetivo:
Analisar o processo de
aleitamento materno de RNPTs no âmbito da unidade de terapia intensiva neonatal (UTIN), na
perspectiva dos profissionais de saúde e das mães. Método:
Estudo quantitativo, descritivo,
transversal, do tipo Survey supervisionado, realizado em duas UTIN de dois hospitais
universitários do Município do Rio de Janeiro no período de agosto de 2017 a agosto de 2018.
Foi realizado com 148 profissionais de saúde (98 profissionais da instituição 1 e 50 profissionais
da instituição 2) e 20 mães de RNPTs da instituição 1. O instrumento de coleta de dados contou
com dois formulários, um para entrevista com os profissionais de saúde e outro para entrevista
com a mãe do RNPT. Os dados foram analisados pela estatística por meio de médias e desvio
padrão e por cálculos de regressão logística utilizando o Programa estatístico R® versão 3.4.1 e
discutidos à luz do referencial teórico sobre qualidade em saúde Avedis Donabedian e da base
conceitual Iniciativa Hospital Amigo da Criança Neonatal (IHAC-Neo). A pesquisa foi
aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da instituição proponente e posteriormente pelas
coparticipantes com o número de Parecer 1.997.636. Resultados:
No que tange às características
dos profissionais de saúde para a realização das estratégias de apoio ao aleitamento materno
dos RNPTs na UTIN, na instituição 1, a covariável “tempo de experiência profissional”
mostrou-se significativa, com coeficiente positivo (p = 0,08) na probabilidade de o profissional
orientar a mãe sobre a ordenha mamária durante o primeiro encontro na UTIN. Já, na instituição
2, essa covariável não foi significativa. No que diz respeito ao profissional de saúde ajudar a
mãe a amamentar durante a internação do RNPT, na instituição 1, a covariável “ter gradução
em enfermagem” apresentou o coeficiente significativo (p=0,02), aumentando a probabilidade
de o profissional ajudar a mãe a amamentar. Em relação aos fatores relacionados à maior
prevalência de aleitamento materno dos RNPTs na UTIN, analisando as respostas dadas pelas
mães e correlacionando com a presença de algum aleitamento materno na alta, o fato de ter
realizado algum contato pele a pele no momento do nascimento (seja por toque ou posição
canguru) (p=0,10) aumentou a probabilidade de o RNPT estar em aleitamento materno (ou
exclusivo ou misto) na alta. Na instituição 1, 65,0% (n=13) das mães realizaram algum tipo de
contato pele a pele no momento do nascimento, sendo 69,2% (n=9) por meio do toque e 30,8%
(n=4) por meio da posição canguru. Na instituição 1, a prevalência de aleitamento materno
exclusivo na ocasião da alta hospitalar foi de 20,0% (n=4), a de aleitamento misto, 20,0% (n=4)
e para 60,0% (n=12) somente o uso de fórmula. Conclusão:
O processo do aleitamento materno
de RNPT no âmbito da UTIN carece de fortalecimento das ações de promoção, proteção e apoio
nas instituições de saúde. (AU)