Avaliação do cuidado em indivíduos em diferentes estágios de insuficiência cardíaca na atenção primária: apoio para intervenções não farmacológicas

Publication year: 2018

Nos últimos anos, as evidências têm demonstrado que as causas de internação dos clientes com insuficiência cardíaca normalmente estão associadas às práticas insuficientes de autocuidado. Logo, o objetivo principal deste estudo foi analisar o perfil do autocuidado de indivíduos saudáveis, assintomáticos e sintomáticos para a insuficiência cardíaca na atenção primária visando intervenções não farmacológicas.

Pacientes:

amostra aleatória de 84 participantes da segunda fase (2015-2020) do Estudo Digitalis, o qual envolveu 633 indivíduos do Programa Médico de Família do município de Niterói/RJ, em sua primeira fase (2009-2012).

Métodos:

Trata-se de um subprojeto da pesquisa “Segunda Fase do Estudo DIGITALIS no Programa Médico de Família do município de Niterói/RJ, constituindo-se em um estudo transversal, descritivo e de abordagem quantitativa. A coleta de dados deu-se de 28 de outubro de 2017 a 01 de setembro de 2018, para a qual foi utilizado parte do questionário único, contendo dados sociodemográficos, e duas escalas para identificação da prática do autocuidado. Ou seja, a Escala Katz para indivíduos saudáveis (estágio 0) e assintomáticos (estágios A e B); e a versão adaptada da Escala de Autocuidado para Pacientes com Insuficiência Cardíaca – EAC-IC- para os indivíduos sintomáticos (estágio C). Os dados foram apresentados em tabelas e gráficos, utilizando a estatística descritiva.

Resultados:

a prevalência em diferentes estágios da doença foi de 15,6% (13) para saudáveis; na forma assintomática de IC, 33,4% (28) em estágio A e 46,2% (39) em estágio B; e dentre os indivíduos sintomáticos 4,8% (4). A predominância foi do sexo feminino (63,1%), com idade entre 45 e 64 anos, de cor branca (48,8%), renda superior a 800 reais (70,2%) e maioria casada (48%). Na avaliação da prática do autocuidado dos estágios 0, A e B, observou-se, que 65 indivíduos (84,4%) foram identificados como independentes, uma vez que conseguem realizar suas atividades básicas diárias sem auxílio, pressupondo-se atividades de autocuidado. E dos 04 indivíduos com insuficiência cardíaca (estágio C), o resultado foi de um score <28 para o autocuidado, portanto sendo classificado como inadequado.

Conclusão:

observa-se a necessidade de apoio multidisciplinar tanto para os pacientes saudáveis e assintomáticos na busca e manutenção do autocuidado, quanto aos sintomáticos, no reforço de atividades e benefícios do autocuidado de uma doença crônica
In recent years, evidence has shown that the causes of hospitalization of clients with heart failure are usually associated with insufficient self-care practices. Therefore, the main objective of this study was to analyze the self-care profile of healthy, asymptomatic and symptomatic individuals for heart failure in primary care for non-pharmacological interventions.

Patients:

random sample of 84 participants from the second phase (2015-2020) of the Digitalis Study, which involved 633 individuals from the Family Medical Program of the city of Niterói / RJ, in its first phase (2009-2012).

Methods:

This is a subproject of the research "Second Phase of the DIGITALIS Study in the Family Medical Program of the city of Niterói, RJ, constituting a cross-sectional, descriptive and quantitative study. The data collection took place from October 28, 2017 to September 1, 2018, for which part of the single questionnaire was used, containing sociodemographic data, and two scales to identify the practice of self-care. That is, the Katz Scale for healthy individuals (stage 0) and asymptomatic (stages A and B); and the adapted version of the Self-Care Scale for Patients with Heart Failure (EAC-IC) for symptomatic individuals (stage C). Data were presented in tables and graphs, using descriptive statistics.

Results:

the prevalence in different stages of the disease was 15.6% (13) for healthy; in the asymptomatic form of HF, 33.4% (28) in stage A and 46.2% (39) in stage B; and among the symptomatic individuals 4.8% (4). The predominance was female (63.1%), aged 45-64 years, white (48.8%), income greater than 800 reais (70.2%) and married majority (48%). In the evaluation of the self-care practice of stages 0, A and B, it was observed that 65 individuals (84.4%) were identified as independent, once they were able to perform their basic daily activities without assistance, assuming self-care activities. And of the 04 individuals with heart failure (stage C), the result was a score <28 for self-care, therefore being classified as inadequate.

Conclusion:

there is a need for multidisciplinary support for both healthy and asymptomatic patients in the search for and maintenance of self-care, as well as symptomatic patients, in reinforcing activities and benefits of self-care of a chronic disease