Publication year: 2019
Introdução:
O diabetes mellitus tipo 2 (DM2) é uma condição crônica de saúde de alta incidência e prevalência mundial e que está relacionado a maus comportamentos, como alimentação inadequada e sedentarismo. Frente a este cenário, estratégias como a educação em grupo e a intervenção telefônica com o uso da abordagem do empoderamento tem favorecido a adesão às práticas de autocuidado da pessoa com diabetes para melhora do controle glicêmico. Objetivo:
Avaliar as estratégias comportamentais de educação em grupo e intervenção telefônica em relação às variáveis empoderamento, autocuidado e controle glicêmico da pessoa com diabetes. Método:
Este estudo utilizou o banco de dados da pesquisa intitulada “Avaliação do programa de empoderamento em diabetes na Atenção Primária à Saúde”, que foi um ensaio clínico com cluster randomizado, ao qual participaram 208 pessoas com diabetes tipo 2 inseridos no programa de empoderamento. Os participantes do estudo foram divididos em grupo experimental, composto por 4 Unidades Básicas de Saúde (UBS) (n=119 pessoas com DM2) e o grupo controle por 4 UBS (n=89 pessoas com DM2). O grupo experimental foi subdividido de forma que duas UBS (n=57 pessoas com DM2) receberam a educação em grupo e duas UBS (n=62 pessoas com DM2) receberam a educação por meio da intervenção telefônica. Para verificar o efeito das estratégias educativas utilizaram-se os instrumentos Escala de Autoeficácia em Diabetes Mellitus (EAD-VC) e o questionário Autocuidado do Diabetes Mellitus (ESM). Para avaliar o nível glicêmico, utilizou-se como indicador clínico o exame de hemoglobina glicada. Além do mais, foi utilizado um questionário sociodemográfico próprio. Os instrumentos foram aplicados e a hemoglobina glicada foi dosada no tempo inicial e no tempo final pelo projeto maior “Avaliação do programa de empoderamento em diabetes na Atenção Primária à Saúde”. Os dados foram organizados em uma planilha do Microsoft Windows Excel 2013 e analisados no ambiente de programação estatística R (R Core Team, 2015). A análise descritiva foi feita por meio do cálculo de frequências para as variáveis categóricas e medidas de tendência central (média e mediana) e de dispersão (DP: desvio-padrão) para as variáveis quantitativas. Para avaliar o efeito das estratégias, foram utilizados os testes t-Student pareado e Wilcoxon para a comparação das médias e medianas, respectivamente. As comparações entre as estratégias foram feitas por meio dos testes de Kruskal-Wallis e Dunn (para comparações múltiplas). A suposição da normalidade foi realizada pelo teste de Shapiro-Wilk, e para todas as análises, foi considerado um nível de significância de 5%. Resultados:
Do total de participantes, 124 (59,6%) eram do sexo feminino e 84 (40,4%) do sexo masculino. A média de idade foi de 63,5 anos. Quanto ao estado civil, 131 (63,0 %) deles relataram que tinham companheiro. No que se refere à ocupação, 157 (75,5%) afirmaram não ter vínculo empregatício. Verificou-se melhora nos aspectos relacionados ao empoderamento, práticas de autocuidado e hemoglobina glicada na intervenção telefônica. Entretanto, na educação em grupo observou-se melhora apenas na variável hemoglobina glicada e as demais variáveis analisadas não demonstraram modificação estatisticamente significante. Conclusão:
As estratégias educação em grupo e intervenção telefônica apresentaram resultados significativos ao tratamento da pessoa com DM2, contudo, neste estudo a intervenção telefônica apresentou melhores resultados quando comparado com a educação em grupo.(AU)
Introduction:
Type 2 diabetes mellitus (T2DM) is a chronic health condition of high incidence and worldwide prevalence that is related to poor behaviors such as inadequate diet and sedentary lifestyle. Faced with this scenario, strategies such as group education and telephone intervention with the use of the empowerment approach have favored adherence to the self-care practices of the person with diabetes to improve glycemic control. Objective:
To evaluate the behavioral strategies of group education and telephone intervention in relation to the variables empowerment, self-care and glycemic control of the person with diabetes. Method:
This study used the research database titled "Evaluation of the Diabetes Empowerment Program in Primary Health Care," which was a randomized cluster clinical trial involving 208 people with type 2 diabetes enrolled in the empowerment program. The study participants were divided into an experimental group composed of 4 Basic Health Units (BHU) (n=119 people with T2DM) and the control group for 4 BHU (n=89 people with T2DM). The experimental group was subdivided so that two UBS (n=57 people with T2DM) received group education and two UBS (n=62 people with T2DM) received education through telephone intervention. In order to verify the effect of the educational strategies, the instruments Scale of self-efficacy in diabetes mellitus (EAD-VC) and the self-care questionnaire in diabetes (ESM) were used. In order to evaluate the glycemic level, the glycated hemoglobin test was used as a clinical indicator. In addition, a sociodemographic questionnaire was used. The instruments were applied and the glycated hemoglobin were dosed at the initial and final time by the major project "Evaluation of the Diabetes Empowerment Program in Primary Health Care." The data were organized in an Excel worksheet Microsoft Windows 2013 and analyzed with the support of the statistical programming environment R (R Core Team, 2015). The descriptive analysis was performed by means of frequency calculations for categorical variables and measures of central tendency (mean and median) and dispersion (SD: standard deviation) for the quantitative variables. To evaluate the effect of the strategies, the t-Student and Wilcoxon t tests were used to compare the means and medians, respectively. The comparisons between the strategies were made through the Kruskal-Wallis and Dunn tests (for multiple comparisons). Normality was assumed by the Shapiro-Wilk test, and for all analyzes a significance level of 5% was considered. Results:
Of the total number of participants, 124 (59.6%) were female and 84 (40.4%) were male. The mean age was 63.5 years. Regarding marital status, 131 (63.0%) of them reported that they had a partner. Regarding the occupation, 157 (75.5%) stated that they did not have an employment relationship. There was an improvement in the aspects related to empowerment, self-care practices and glycated hemoglobin in the telephone intervention. However, in group education improvement was observed only in the variable glycated hemoglobin, the other variables analyzed did not demonstrate a statistically significant change. Conclusion:
The strategies group education and telephone intervention presented significant results to the treatment of the person with T2DM, however, in this study telephone intervention presented better results when compared to group education.(AU)